domingo, 10 de maio de 2015

SOBRE A MÃE QUE SEREI

Como a maioria das mulheres, eu quero ser mãe. Porém não serei uma mãe comum (que fique bem claro que toda mãe é especial e única). Falo de coisas de mãe que farei aos avessos. Isso mesmo, quero ser eu criança, antes do meu filho. Melhor ainda, ao mesmo tempo que ele. Quando ele tiver três anos, por exemplo, a fase que pergunta tudo, não ousarei em responder suas lindas perguntas, mas responderei como criança que serei, também com três anos... 
 - Mamãe, por que o céu é azul, hein?
 - Porque antes ele era todo branco, como as nuvens, mas duas crianças (um menino e uma menina) estavam brincando com tinta e a menina pintava mais bonito que o menino e ficava rindo dele, então o menino disse: "o seu desenho pode ser mais 'certinho', mas o meu será o maior de todos", e jogou toda a tinta que tinha no céu, e ele ficou azul.
 - Ah, entendi! Mas, mamãe, por que de noite aparece estrela? Onde elas ficam de manhã?
 - As estrelas são crianças de outro mundo. Elas passam o dia brincando de se esconder pelo o universo, e à noite, já cansadas, precisam dormir e descansar.  O céu é um enorme cobertor... Por isso, suas mamães põem elas para dormir e as cobrem com o céu, aí a gente fica vendo elas por baixo.
 - Ah... é por isso!
 - Mas é claro.
E serão assim todas as nossas conversas sobre as coisas da vida. Vindas da imaginação, da poesia, do coração. Quero que meu filho se orgulhe, não de ter uma mãe que soube todas as explicações exatas sobre a vida, mas que durante toda a vida soube exatamente o que era importante explicar.

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