terça-feira, 24 de março de 2015

AQUELE CONTO QUE EU NÃO FIZ

Quero um desconto por não saber fazer um conto, no entanto procuro escrever com algum encanto. Eu ando de conversa com o amanhecer, da sua doçura e sua alegria. E, às vezes, eu canto o entardecer, das suas dores e agonias. Mas conto eu não sei... nunca consegui fazer! Não sei encontrar espaço, nem acertar o tempo, tampouco inventar pessoas com nomes e dramas (não dou nome a nada nem a ninguém - tudo que existe já tem nome) eu só penso e rio do meu jeito desajeitado de não saber inventar. Começo a pensar nas coisas à minha volta; como uma história tão simples de um passarinho que pôr-se a voar, foi atingido e quebrou a asa. Eu não sei quebrar a asa de um passarinho, minhas palavras se quebrariam antes que eu puxasse o estilingue. E se eu fosse inventar um conto de criança ia ficar com pena da criança ter que "trabalhar" na história, fazendo isso ou aquilo que eu mandasse; prefiro que ela leia (ou alguém leia para ela) e viva de imaginar. Só resta eu tentar um conto de adulto, e que não tenha passarinho. Aí fico sem saber o que escrever... porque sou criança com espírito de passarinho.

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